quinta-feira, 30 de março de 2017



O QUE É MEMÓRIA?

A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Ela parte das vivências das pessoas, podendo ser tratada com coletividade, mas também pode ser seletiva, retendo fatos e experiências do passado, retransmitindo às novas gerações. É carregada de subjetividade, mas se faz necessária para compreensão da sociedade e de fatos que se perpetuam ao longo do tempo.


A memória coletiva traz consigo, raízes, que ao longo do tempo são podadas por novas histórias relacionadas, mas que não são esquecidas.


A memória histórica é parte de referenciais do passado e do nosso presente, trazendo através de seus documentos, relatos, monumentos e espaços, uma visão de cultura e realidade histórica. Através dela, podemos fazer uma análise, visualizando vários ângulos, e compreendendo melhor a sociedade em que vivemos.



ESPAÇOS DE MEMÓRIA


A conservação do passado é o fundamento principal da memória. Feita através da experiência, ou em estado inconsciente, a qualquer momento pode aflorar pelas imagens, recordações ou objetos materiais com significado.


Os espaços de memória, existem para garantir a preservação de fontes históricas, sejam elas: monumentos, documentos, objetos, registros e até áreas construídas, desde que a eles possam se atribuir significado. Em alguns casos estes espaços podem colaborar no reforço e na legitimação da identidade étnica, podem servir de monumento de resistência a abusos do passado, e em todos os casos, tem a missão de preservar a memória e transformá-la em História.


A população deve estar mais atenta à importância de se conservar espaços de memória, afim de que, fatos importantes não caiam no esquecimento, e parte de nossa história se perca ao longo do tempo.


PATRIMÔNIO HISTÓRICO


Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou imóvel que possui
significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade. Estes patrimônios foram construídos ou produzidos pelas sociedades passadas para fazer sobreviver sua cultura, ou criadas para abrigar memórias coletivas recentes. Por isso representam uma importante fonte de pesquisa e preservação cultural.


UM EXEMPLO DE RESISTÊNCIA


Atualmente, um dos lugares que vale a pena ressaltar como exemplo e que tem sofrido com a falta de valorização e suporte é o Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos (IPN), que é parte integrante do Memorial dos Pretos Novos.


Sua finalidade é a reflexão sobre a escravidão no Brasil e o desenvolvimento de projetos e pesquisas para preservação da memória. O Memorial é o resultado do trabalho de historiadores e arqueólogos com base nas ossadas de negros mortos nas viagens de navios negreiros que faziam o tráfico de escravos entre a África e o Brasil e artefatos encontrados no local que retratam toda uma época.


A importância desses lugares traz a tona toda a estrutura e uma compreensão do nosso passado. Deixar que lugares como esse deixem de existir, é permitir que nossa história se vá.




A seguir, um vídeo que retrata a região do Valongo no Rio de Janeiro, suas múltiplas histórias sobre a colonização e a chamada Pequena África, História que vem sendo preservada e recontada pelo IPN- Instituto dos Pretos Novos, que recentemente lançou a campanha nas mídias sociais #ipnresiste, para tentar angariar recursos para manter o Instituto e divulgar a importância desse achado histórico, o cemitério dos Pretos Novos, onde está situado o Instituto.




quarta-feira, 29 de março de 2017

Apresentação


O campo de atuação de um historiador é amplo, porém pautado em alguns pilares que não podem ser ignorados. A História é uma ciência viva. É o estudo do homem no tempo e nos traz a possibilidade de refletir acerca da construção de sua identidade, a sua produção histórica, a sua memória (individual e coletiva) e como sua construção de identidade se relaciona com o conceito de diferença na contemporaneidade.

Nesse jogo que envolve a produção das identidades, o passado e o presente entram em conflito fazendo com que alguns elementos do passado sejam esquecidos, ou pelo menos deixados de lado, enquanto outros surgem e tornam-se representantes da identidade dos sujeitos,
Daí a importância de se resgatar e criar espaços de memórias, que passam a compartilhar ideias e valores culturais, no qual as culturas manifestam elementos provenientes de diferentes tempos e lugares. Neste cenário, a crítica historiográfica não pode abdicar de perceber o que a produção do conhecimento histórico efetivou como história e pensar sobre o que essa poderia ter sido. Buscar a compreensão do que ficou de vestígio e também do que foi esquecido.
Diante disso, é necessário um debate sobre esses espaços, sobre as políticas de preservação: quem preserva, por que preserva, qual a responsabilidade estatal, qual a responsabilidade de outras instituições, como fica a questão não só da preservação, mas também da acessibilidade a arquivos privados, mas de interesse social, sobre o ensino de História nas escolas e principalmente sobre a identidade sócio- cultural do povo brasileiro.
O profissional de História tem, nesse novo espaço de reflexões, uma formação que pode fazer dele um verdadeiro produtor de conhecimento. Assim nasce este blog... com intuito acadêmico de articular e problematizar os quatro objetos de análise de campo do profissional de História: o ensino, o patrimônio, a memória e a identidade cultural.
Sejam bem vindos!



Bibliografia:

http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n67/1413-2478-rbedu-21-67-0945.pdf

http://www.ufrn.br/resources/documentos/livrosdigitais/espacosdahistoria/Espa%C3%A7os-da-Hist%C3%B3ria.pdf

Vídeo sobre a importância da História